A ADORAÇÃO DOS MAGOS
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Em Março de 1481, a Leonardo foi encomendada esta pintura, pelos monges de São Donato Scopeto em Florença. O notário do mosteiro era o pai de Leonardo, e é muito provável que tenha induzido os monges a contratar seu filho. Esta importante comissão foi interrompida com a ida de Leonardo para Milão. Como em outras de sua obras, esta vem carregada de mensagens pouco evidentes a olhos menos atentos, uma vez que certamente as atenções estarão voltadas para a Sagrada Família e os Reis Magos, supostamente o ponto central da pintura. É curioso que apenas as figuras no primeiro plano estão em adoração ao menino Jesus, sendo retratados por tipos que dificilmente poderiam ser chamados de exemplos de saúde e beleza. Os Reis Magos apresentam seus presentes, mas apenas dois são retratados trazendo incenso e mirra. Ao que parece o ouro, um símbolo de realeza é deliberadamente excluído. Atrás da Virgem um outro grupo de devotos, de aparência mais saudável, tem seus olhares voltados para uma alfarrobeira (tradicionalmente associada a figura de João Batista), com um deles (atrás da arvore) fazendo o tradicional sinal com o dedo indicador em riste. Do lado direito baixo da pintura um jovem se volta deliberadamente para o lado oposto ao da Sagrada Família. De modo geral aceita-se que esse seja o próprio Leonardo, embora as razões para esta postura gerem controvérsias, a exemplo da figura de Judas Tadeu na ultima ceia. |